Em primeiro lugar obrigado a GQ por essa oportunidade de escrever como um simples fã que gosta e é apaixonado por futebol. Acredito que já estamos esperando com ansiedade esse novo torneio que se aproxima, menos sua namorada, claro está. Eu gostaria de compartilhar uma experiência totalmente "futbolera" que trago e a qual muito em breve vamos viver nessa nova edição do campeonato mundial. Isso é algo que chega perto, mas longe de ser o que realmente vai ser o #Brasil2014. Nada mais e nada menos do que eu experimentei no verão de 2013, no Rio de Janeiro, antes e durante a Copa das Confederações.
Depois de um longo voo para Atlanta e outro voo ainda mais longo para o Rio, eu finalmente desembarcou na cidade brasileira justo no dia do jogo do México a seleção Italiana. Depois de um banho e um café daquelas terras (para o meu gosto longe de acordar de jet lag, me deixou tremendo e dançando samba) o grupo de amigos que ia comigo tomando o caminho da lenda carioca...O estádio do Maracanã.
Foi interessante percebe que se nós olhássemos apenas um ano para o futuro, nós estávamos pisando no lugar onde seria a final da copa do mundo. Portanto as opiniões entre nós do quanto a cidade estava preparada foi imediata. Foi um exercício interessante para ver a infraestrutura que os brasileiros tinham montado dentro e fora do estádio. E importante salientar que a copa das confederações veio como uma pedra no sapato, já que em si já estavam atrasados para o Mundial, isso os levou totalmente no improviso, revelando suas fraquezas na organização e o desgosto de muitos brasileiros pelos gastos excessivos na construção de novos estádios e renovação dos já existentes.
Mas vamos ao que interessa, entramos nesse gigante (o Maracanã) e algo que nos chamou a atenção de imediato foi umas gargalhadas que saiam de um dos tantos banheiros masculinos estavam espalhados pelo estádio; um grupo de fãs riam sem parar, já que nos banheiros havia enxaguante bucal. O que de estranho pode haver nisso? Bom, a eles parecia extremamente surpresos e se perguntavam "enxaguante bucal?" "Para que isso?" "Que tenhamos mordomos fora do banheiro?". Não entendemos...
À medida que o jogo avançava e vimos uma seleção mexicana sem nenhum tipo de conexão entre seus jogadores, um casal bastante conversador nos explicou que era igual a todos os torcedores cariocas, que iam ver a partida, mas tinham outras preocupações.
Primeiro: A prioridade carioca não era ir assistir a partida, mas sim ver as modificações recém-feitas no Maracanã.
Segundo: Depois de ver isso, os comentários eram os mesmos. Este estádio não era precisamente o lugar que eles, melhor dizendo a população do Rio, ia a cada domingo para cantar para seja o Fluminense ou o Flamengo. Era um Maracanã disfarçado e sem sabor, dito também por um vendedor de cerveja que gentilmente me vendeu uma cerveja meio morna por 7 reais.
Depois desse trago amargo e morno de cerveja, igual ao futebol que nos fez passar a seleção mexicana frente a Itália, nos dirigimos dias depois a Fortaleza, onde México jogaria sua segunda partida frente ao Brasil.
Já nesta cidade, indo em direção ao estádio, tivemos nosso primeiro encontro com os manifestantes que estavam enfurecidos com as despesas acima mencionadas feitas pelo governo federal. Nós conseguimos evitá-los com facilidade graças a um motorista que conhecia bem as rotas; ele nada tinha a temer ao acelerar e tinha como aliado seu afilhado de 20 anos aproximadamente, que o acompanhava no banco do passageiro e foi acompanhado as rotas de telefone celular com os seus amigos, que também se dirigiam para o estádio. Mas ao contrário de nós, eles estavam prestes a chegar.
Em quanto entramos, o ambiente era espetacular, não é por nada, mas ver a seleção brasileira jogar em casa, uma das 10 coisas que todo " pambolero" deve fazer antes de morrer. Qualquer possível sensação artificial no estádio ou de perigo ao redor era impossível de perceber os cantos, o "uuhhhhhhhh" em uníssono cada vez que o Brasil tinha uma chegada ao gol ou as vais a seleção asteca.
Dentro do estádio não se vivia outra coisa além de uma celebração esportiva, e isso que era apenas um ensaio pra a Copa do Mundo.
O que salvei dessa experiência, deixando de novo conta atrás do futebolístico e o baile que nos proporcionou Neymar, foi um estádio vibrando em sincronia. Era como se respirasse de forma orgânica, coisa que em nenhuma parte havia visto nem sentido.
A partida contra o Japão em Belo Horizonte saiu sobrando, e voltei para o México com a alegria de ter visto um ensaio meio remendado do que iria ser o Mundial y triste por três rações. O verde, o branco e o vermelho, hoje em dia pintado de amarelo e não necessariamente o de Brasil.
Foi interessante ver como os brasileiros aqueciam os motores. Assim imagine o que vai se viver em 12 de Junho de 2014.
Fonte: Revista GQMéxico
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